Animais Extintos – Fauna Brasileira
01) Araraúna (Anodorhynchus
glaucus):
A Araraúna, também conhecida como Arara-Azul-Pequena,
Arara-Azul-Claro, Arara-Celeste, Arara-Preta e Araúna, está extinta desde fins
do século XIX.
Vivia na bacia dos rios Paraná e Uruguai, em
territórios da Argentina, Paraguai, Uruguai e sul do Brasil. Seu habitat era em
áreas baixas com presença de palmeiras tucum e mucujá.
Media cerca de 70 cm de comprimento, com plumagem
azul turquesa e cabeça acinzentada. Tinha manchas amarelas junto à parte lateral
inferior do bico e abaixo do bico era de um azul bem escuro. Era a segunda menor
das Araras-Azuis.
Construía seus ninhos em ocos de árvores, nas
barrancas do rio Paraguai ou nos paredões rochosos do rio Paraná. Alimentava-se
de frutas, sementes e insetos. Não se sabe quase nada de como vivia na
Natureza.
As causas de sua extinção foram a degradação de
seu habitat e o comércio de animais.
É considerada extinta por não ser avistada na
Natueza há mais de 80 anos. Não se conhece a existência de nenhum espécime em
cativeiro. É provavelmente a primeira ave brasileira a ser extinta por
intervenção humana.
____________________________________________________________________________________________02) Ararinha-Azul (Cyanopsitta spixii):
A Ararinha-Azul, também conhecida como Arara-Celeste,
Arara-do-Nordeste e Arara-Spixi, foi considerada extinta na Natureza em
2002, pelo IBAMA. O último
espécime selvagem conhecido, batizado de Severino (foto), desapareceu,
provavelmente capturado ou atacado por algum predador, em outubro de 2000.
Era endêmica do Nordeste do Brasil,
principalmente nos estados da Bahia, Piauí, Maranhão e áreas mais úmidas do
sertão.
Seu tamanho máximo é de 57 cm de comprimento e
com cerca de 400 g de peso. A plumagem é azul variando de tonalidade, sendo
quase branca na cabeça e azul mais escuro na cauda e asas. O bico é negro e os
olhos amarelo-mostarda.
É herbívora, alimentando-se de frutos. Na
Natureza dava preferência para sementes de caraibeiras, de pinhão, entre outras
árvores típicas de seu habitat natural.
Araras e demais psitacídeos são animais
monogâmicos, tendo um único parceiro por toda a vida. Na morte de um dos membros
do casal, o restante muito dificilmente volta a formar um novo casal, no máximo
ingressa em um novo grupo. Esta aves são gregárias, formando grupos numerosos.
Faziam ninhos em ocos de árvores altas como seus demais parentes. O desmatamento
na Caatinga contribuiu para a destruição de seus locais de nidificação,
dificultando a reprodução da espécie. A reprodução em cativeiro desta e outras
espécies de psitacídeos é muito rara, condenando-a à extinção também em
cativeiro.
Um outro fator que contribuiu para sua extinção
foi a caça para o comércio de aves exóticas. Um exemplar chega a valer 100.000
dólares no mercado negro de aves exóticas.
Severino, o último espécime em estado natural,
estava solitário. De tão só, arranjou companheira de outra espécie, uma Maracanã
(Ara maracana), que vive no mesmo habitat destas araras. A companheira de
Severino chegou a botar ovos, mas nunca nasceram filhotes desta união.
Desde o desaparecimento de Severino a espécie é
considerada extinta na Natureza. Mas ainda há esperança para as Ararinhas-Azuis,
já que foram conseguidas algumas crias em cativeiro. Mas a reprodução da espécie
é muito difícil, e provavelmente, levará muito tempo para que haja uma população
viável para uma reinserção na Natureza, se é que um dia isto será possível.
Existem apenas 8 exemplares de Ararinha-Azul no
Brasil, os demais
encontram-se em zoológicos e com particulares pelo mundo afora, somando um total
de 78 aves com paradeiro conhecido. É a ave mais rara que existe
atualmente.
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03) Maçarico-Esquimó (Numenius borealis):
O Maçarico-Esquimó está extinto em território brasileiro
desde os anos de 1930, e virtualmente extinto a nível mundial.
Como ave migratória seu habitat variava muito ao
longo do ano. Apareciam no Amazonas, Mato Grosso e São Paulo entre setembro e
novembro. Apareciam nos pampas tanto do Rio Grande do Sul no Brasil, como na
Argentina entre setembro e fevereiro. Também eram avistados no Uruguai e no
Chile. Nos demais meses do ano viviam pela tundra ártica a oeste do Canadá e
Alasca. Há relatos de raras aparições ao longo da História destas aves na Europa
Ocidental.
Mediam em torno de 33 cm, tinham um bico curvo,
plumagem branca no ventre uma faixa bem escura nas bordas das asas. As patas
eram longas de cor cinza. Alimentavam-se de moluscos, pequenos crustáceos e
peixes.
Os ninhos eram feitos em áreas abertas, no chão e
difíceis de localizar. Os ovos eram verdes com pintas marrons. O acasalamento
provavelmente ocorria em junho.
Na primeira viagem de Cristóvão Colombo, a do
descobrimento da América em 1492, ele avista aves voando e, graças a elas,
depois de 65 dias no mar, renova sua esperença em descobrir terra. Acredita-se
que estas aves avistadas por Colombo eram Maçaricos-Esquimós, devido a
comparações de datas e padrões de migração.
É provável que os Maçaricos-Esquimós tenham sido
o grupo mais numeroso de aves da porção norte do continente americano (América
do Norte), com uma população estimada em centenas de milhões. Em fins do século
XIX foram mortos cerca de 2 milhões de aves por ano. A caça é a causa principal
de sua extinção em território brasileiro, associada à degradação de seu
habitat.
Os últimos avistamentos confirmados destas aves foram no Texas em 1962 e em
Barbados em 1963. Em 1981 foi vista uma colônia de 23 aves no Texas. Na América
do Sul não há um avistamento confirmado desde 1939._________________________________________________________________________________
04) Mutum-do-Nordeste (Mitu mitu):
O Mutum-do-Nordeste ou Mutum-de-Alagoas está oficialmente
extinto na Natureza desde 2001.
Vivia nas áreas de Mata Atlântica nos estados de
Pernambuco e Alagoas.
A ave tem um bico quadrangular vermelho na ponta
e branco na base, em volta dos ouvidos não possui penas, tem um par de penas
negras na parte central da cauda. A cabeça tem uma plumagem negra assim como em
seu peito e ventre.
Foi registrado pela primeira vez pelo naturalista
Georg Marcgrave, no século XVII, na primeira expedição científica feita em
território hoje pertencente ao Brasil, patrocinada por Maurício de Nassau. A
obra de Marcgrave foi postumamente publicada com o título de “História
Naturalis Brasiliae”.
Encontra-se extinta na Natureza devido à
destruição de seu habitat para o plantio de cana-de-açúcar para a produção de
combustível, e também pela caça excessiva. Atualmente o desmatamento continua
sendo um gravíssimo problema para que possa ser reintroduzido na Natureza.
Seu último avistamento na Natureza é de 1987.
Conta com uma população em cativeiro de cerca de 100 indivíduos, nem todos de
linhagem pura, pois foram cruzados com o Mutum-Cavalo (Mitu tuberosa), por
criadores, por falta de espécimes puros.
Foi criado em 2005 um grupo de biólogos, ONGs,
criadores de aves e usineiros que pretendem reintroduzir o Mutum-do-Nordeste nos
2% restantes de Mata Atlântica ainda existentes em Alagoas e Pernambuco. Porém,
além de conseguirem espécimes puros, é necessário que esta ave, que não vive no
meio natural a cerca de 30 anos, reaprenda a viver, voltando a alimentar-se,
proteger-se e que procrie sem dependência de humanos.
_________________________________________________________________________________05) Perereca-de-Santo-André (Phrynomedusa fimbriata):
Um dos muitos anfíbios conhecidos simplesmente como perereca
(Phrynomedusa fimbriata), ou Perereca-de-Santo-André, está extinto desde os anos
de 1920.
Vivia no Brasil exclusivamente em Paranapiacaba,
na cidade de Santo André, estado de São Paulo.
Foi registrada pela primeira vez em Paranapiacaba
a uma altitude de 1000 m. Acredita-se que era uma espécie adaptada a grandes
altitudes em clima subtropical de altitude, que vivia em ambiente úmido de
floresta próximo a rios, e mais nada se sabe sobre o anfíbio.
Buscas foram feitas para reencontrar algum
espécime deste anfíbio, não sendo mais vista desde 1920. As causas de sua
extinção são desconhecidas, mas a degradação de seu habitat (destruição e
poluição) sem dúvida contribuiu para seu desaparecimento.
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06) Rato-Candango
(Juscelinomys candango):
O Rato-Candango foi considerado extinto em 2008, pois não é visto na Natureza desde
1960, ano em que foi registrado pela primeira e única vez.
Vivia no Planalto Central, atual Distrito Federal, em zona de Cerrado, em
altitude superior a 1000 m.
O tamanho dos machos era de cerca de 140 mm da cabeça à base da cauda, que
sozinha media em torno de 96 mm. Este rato tinha a cauda bastante grossa e com
um denso revestimento de pelos. Escavava ninhos subterrâneos nos quais
acomodavam matéria vegetal fina e gramíneas. Os animais coletados tiveram o
conteúdo de seus estômagos analisados, revelando que se alimentavam de gramíneas
e formigas.
Foi registrado pela primeira e única vez em 1960, na época da construção de
Brasília. Operários que faziam a terraplanagem do que seria o Jardim Zoológico
do Distrito Federal, encontraram ninhos próximos aos canteiros de obras. O nome
científico é uma homenagem ao idealizador de Brasília, Juscelino Kubitschek e
aos operários que a construíram, que eram chamados de candangos.
A principal causa de sua extinção segundo pesquisadores foi a construção de
Brasília e consequente degradação de seu habitat.
_________________________________________________________________________________07) Rato-de-Fernando-de-Noronha (Noronhomys vespuccii):
Este animal foi extinto no século XVI, sendo o primeiro mamífero
conhecido da fauna brasileira a ser extinto.
Era endêmico do arquipélago de Fernando de
Noronha, sendo o único mamífero terrestre conhecido nativo do arquipélago. Como
as ilhas têm formação vulcânica, nunca estiveram ligadas ao continente. Por esta
razão, animais terrestres não teriam como ficar ilhados no arquipélago, dando
origem espécies endêmicas. Todos os animais existentes na ilha chegaram a ela a
nado ou voando.
Através de comparações com ratos descendentes do
mesmo ancestral que o Rato-de-Fernando-de-Noronha, crê-se que era um rato
semi-aquático, vivendo ao longo de cursos de água. Faziam ninhos e abrigavam-se
em gramados e árvores, vivendo em grupos. Este fato leva a supor que um grupo
dos ancestrais deste rato, poderia ter ficado preso a um tronco de árvore que
teria flutuado até Fernando de Noronha.
O Rato-de-Fernando-de-Noronha é
um daqueles animais que por nunca ter sido visto – consta apenas no relato de um
ilustre viajante do século XVI (Américo Vespúcio) -, poderia até hoje figurar
como mais uma lenda do Novo Mundo. Mas o paleontologista Storrs L. Olson,
chefiando uma missão conjunta (Brasil e E.U.A.), chegou a Fernando de Noronha,
em 1973, para conferir o que havia de verdade e mito neste relato de Vespúcio de
1503, quando a serviço da Coroa Espanhola aportou no arquipélago, em expedição
comandada por Gonçalo Coelho.
Foram descobertos muitos
fósseis de um rato de moderado tamanho (Vespúcio disse que eram muito grandes)
que ainda não fora descrito pela ciência. O rato descoberto foi batizado de
Rato-de-Fernando-de-Noronha, sendo seu nome científico uma homenagem a Américo
Vespúcio já que ele foi o único a fazer uma descrição do animal enquanto este
ainda caminhava sobre a terra.
A chegada de espécies de
roedores exóticos às ilhas, vindos nos navios que as visitavam pode ter sido a
causa do desaparecimento dos Ratos-de-Fernando-de-Noronha. Aliado a isto a
degradação do habitat também teria contribuido.
Fonte: http://imaginacaoativa.wordpress.com/2009/05/08/animais-extintos-fauna-brasileira/
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